O carnaval chegou (e eu amo)! Com
ele vem muita alegria e diversão, mas para algumas pessoas vem também, apenas
mais um momento “fugaz” e superficial. A
proposta do post de hoje é fazermos uma leitura da música “Trem Bala” (Ana
Vilela) e uma analogia com o significado mais simples e profundo da vida.
Então, vamos comigo?
No ano de 2016 a jovem Ana
Vilela, nascida em Londrina/PR, passou por uma situação pessoal que lhe moveu a
escrever a letra da música “Trem Bala”, gravou um vídeo no qual ela interpreta
a própria canção (você pode assistir ao vídeo clicando aqui (vídeo autoral) e compartilhou com
amigos via whatsapp. Esse vídeo viralizou pelas redes sociais (só no youtube
foram mais de 5,5 milhões de visualizações) e a música tornou-se uma referência
quando se trata de viver a vida com o que ela tem de mais significativo.
Quando ouvi a música pela
primeira vez fiquei encantada com tamanha sensibilidade, e após algum tempo
comecei a me perguntar, o que fez com que as pessoas se sentissem tocadas por
essa letra e melodia?
Nesse mundo que exige ter mais do que ser mais, ouvir uma música que nos faz refletir sobre a
necessidade de viver o inverso de tudo isso (ser ao invés de simplesmente ter)
parece uma boa proposta.
Muitos em sua rotina diária podem
se identificar com isso: corre-se contra
o tempo acumulando bens e deixando as relações para o segundo plano (alguém
aí se reconhece?), creio que a maioria de nós sabe e já está fatigado de manter
esse ritmo desenfreado, corre para pegar o menino na escola, para arrumar a
casa, para cumprir prazos no trabalho, para ser melhor diante do chefe e ‘do
que’ os colegas (e assim conseguir status e um aumento), ficar até tarde no
trabalho para terminar aquele afazer interminável.
Mas, e a vida?
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Qual o sentido da vida? (Fonte: imagens do google) |
Suponho que seja exatamente aí
onde a música nos toca. Sinto que a principal pergunta da melodia é: vale a pena tudo isso?
“Trem Bala” descreve a
importância das relações mais íntimas (amigos, família), diz de fortalecermos laços,
estarmos disponíveis para que sempre tenhamos essas pessoas por perto:
“É sobre ser
abrigo
E também ter
morada em outros corações
E assim ter
amigos contigo
Em todas as
situações”
Eu carregando um dos amores de minha vida. (Arquivo pessoal) |
Ela relata a
necessidade de termos fé e otimismo na vida, de que estamos em um espaço
infinito enquanto aqui vivemos, e ao mesmo tempo lembrar-nos que há a finitude
da vida. É como o carnaval, naquele momento os dias de folia parecem infinitos,
porém “todo carnaval tem seu fim”.
Parece um contrassenso
eu sei, mas, enquanto há vida existe um
mundo infinito para explorarmos, é disso que ela fala, mas se utilizamos o
tempo vivido apenas para acumular e ter, ou para viver de modo superficial e fugaz,
a vida se esvai e ‘fica para trás’, daí ela nos lembra que somos finitos, que
há um tempo para se viver e propõe que vivamos com mais qualidade do que quantidade.
“É saber se
sentir infinito
Num universo
tão vasto e bonito
É saber
sonhar”
“Também não é
sobre correr
Contra o tempo
pra ter sempre mais
Porque quando
menos se espera
A vida já
ficou pra trás”
Entre o ser e
o ter, Ana também relembra um ensinamento: o
aprendizado está na caminhada e não na chegada. Vivemos competindo,
querendo ser melhores, concorrendo, derrubando e nos esquecendo: qual o conhecimento
adquirido nesse processo? Eu cresci com ele, ou serviu apenas para acumular? As
relações foram profundas ou superficiais? Quem estará comigo lendo meu
epitáfio?
“Não é sobre
chegar no topo do mundo
E saber que
venceu
É sobre
escalar e sentir
Que o caminho
te fortaleceu”
Sei que no
ocidente não gostamos de falar sobre a morte, mas ela é a realização dessa
finitude (finitude apenas nessa vida, para quem acredita). E aí lembrei-me de
um projeto antigo que realizei na faculdade, intitulei de “Epitáfio: o bem viver, a vida saudável e a busca da felicidade”, a
proposta era escrever pequenos textos (como os que publico aqui). Pedi a amigos
e a familiares que respondessem a seguinte pergunta: O que você faria para ter uma vida mais plena se tivesse seu tempo
contado? O que mudaria em sua vida hoje? Como faria dessa vida a melhor
possível?
Recebi respostas
lindas, cheias de significado, profundas e acredito que ao lembrarem-se da
finitude é que essas pessoas puderam entrar em contato com a vida! Vida e morte estão lado a lado, não como algo
funesto e terrível, mas como ciclos naturais do viver.
A beleza da vida está em descobri-la em cada momento simples, porém profundo. (imagens: arquivo pessoal) |
Por fim, deixo
uma das respostas que recebi sobre minha pergunta (do Epitáfio) e na sequência a letra de ‘Trem
Bala’.
Beijos, bom carnaval e lembrem-se, “a gente é só passageiro prestes a partir”...
“Bom,
eu passaria mais tempo com as pessoas que eu amo, pois esta é a minha maior
dificuldade hoje: conciliar trabalho x família x formação.
Mudar:
eu tentaria ser menos ansiosa, pois isto faria com que eu vivesse cada momento,
seja ele bom ou ruim (uma vez que nem tudo são flores) de maneira mais serena,
aproveitando a vida mais plenamente e menos sofrida.
Diria
mais “eu te amo”, seguiria a máxima de Renato Russo: ‘É preciso amar as pessoas
como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar... na verdade não
há’”. (M.N.)
Trem Bala (Ana Vilela)
Não é sobre ter
Todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar
Alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar
Mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida
Que cai sobre nós
É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito
É saber sonhar
E, então, fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar
Não é sobre chegar no topo do mundo
E saber que venceu
É sobre escalar e sentir
Que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo
Em todas as situações
Todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar
Alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar
Mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida
Que cai sobre nós
É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito
É saber sonhar
E, então, fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar
Não é sobre chegar no topo do mundo
E saber que venceu
É sobre escalar e sentir
Que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo
Em todas as situações
A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse assim?
Por isso, eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe
Pra perto de mim
Não é sobre tudo que o seu dinheiro
É capaz de comprar
E sim sobre cada momento
Sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr
Contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera
A vida já ficou pra trás
Segura teu filho no colo
Sorria e abraça Seus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Segura teu filho no colo
Sorria e abraça teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
Sorria e abraça Seus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Segura teu filho no colo
Sorria e abraça teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir