As pessoas utilizam-se de um óculos com graus e lentes próprios para ver
a vida. Os óculos traduzem a alma, envolvem o ser e podem ser notados de longe.
Eles expressam como cada um nota o mundo a sua volta. Pode-se optar por lentes
coloridas, lentes escuras e sempre há os que preferem as lentes
transparentes.
O filme: O fabuloso destino de Amélie Poulain, um longa francês do ano de
2002, serve como um bom exemplo das diferentes formas de encarar a vida. Ele é bem
lado B, por isso não esperem que desde o início tudo esteja claro e faça
sentido, mas se puderem assistir até o fim, ah! Podem ter uma agradável
surpresa. Amélie percebe a vida de uma forma mágica, mas totalmente conectada
com o mundo e as pessoas! E os demais personagens também têm a oportunidade de nos
mostrar como encaram o mundo, não é tão difícil a identificação pessoal com
algum deles. Amélie vive e sabe apreciar os pequenos e sutis prazeres da vida. E
a trilha sonora? É para se deliciar, como a música ‘La Valse D'Amélie’ de Yann
Tiersen um músico e compositor francês! (link da música abaixo)
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Divulgação do filme: O fabuloso destino de Amélie Poulain |
Voltando as lentes, cada uma apresenta sua funcionalidade, as coloridas
fazem com que se veja o mundo muito além do real, tudo é sempre tão
bom que nada precisa ser mudado. Assemelham-se as pessoas que preferem ignorar
a realidade a ter que encarar e – em muitos momento – fazer uma escolha. Mas,
o preço por deixar de lado a realidade pode ser alto demais, gerando o adoecimento
do corpo e da mente.
As doenças trazem em si uma grande sabedoria – é como se dissessem que algo
não está seguindo o fluxo da vida.
Nesse ponto - para quem deseja - pode ser o momento de reconhecer que as coisas
não vão bem e buscar melhorias, ou mudanças.
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As lentes coloridas fazem com que se veja o mundo muito além do real (Fonte imagem: Google) |
As lentes escuras, traduzem um mundo que é - em geral - cinza e nublado, pensam como se tudo resultasse em algo ruim e pesado. São pessoas que
sempre veem o copo meio vazio. Creio que ninguém nasça assim, duro e pessimista.
As dores e decepções da vida contribuem para que se crie uma armadura de
proteção, uma casca. Assim, pode-se preferir pensar que tudo está fadado ao
fracasso, do que correr o risco de viver uma – nova – decepção e sentir-se
magoado.
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Pode-se preferir pensar que tudo está fadado ao fracasso, do que correr o risco de viver uma - nova - decepção (Fonte imagem: Google) |
As lentes transparentes mostram o mundo como ele é, cheio de erros e
acertos, belezas e mazelas, repleto de lutas e conquistas, ora frio, ora
quente. Levam a reflexão, ao raciocínio, ao aprendizado. Essas lentes demandam uma
limpeza de tempos em tempos pois, por vezes o olhar está viciado e os olhos
podem se equivocar. Essa limpeza é como rever seus próprios conceitos. Nada é
imutável na vida, por isso o exercício constante de questionar-se tem um papel
importante para quem deseja ver a vida de uma forma saudável e real, aceitando
toda sua verdade.
Sobre as formas de encarar/enxergar a vida, existem opções, escolhas
quanto as lentes que podem ser utilizadas: as coloridas que levam a estagnação,
as escuras que remetem a reclamações excessivas e as transparentes que podem impulsionam
a realidade.
Uma frase atribuída a Ariano Suassuna - escritor brasileiro, autor de: O auto da compadecia e falecido em 2014 - descreve que, “O otimista é
um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”
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Ariano Suassuna, escritor brasileiro (Fonte: imagem Google) |
Tenho buscado - dia a dia - me aproximar da realidade esperançosa, e
você? Qual lente elege – rotineiramente – para enxergar o mundo? Lembre-se,
sempre é possível mudar!