quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Uso e prescrição excessiva de medicamentos, existem outras saídas?

Olá para tod@s!

Neste post vou falar sobre o uso indiscriminado de medicamentos, além de alternativas e complementos a esse tipo de tratamento. Para ilustrar utilizarei três casos e abordarei duas perguntas centrais: medicamento serve para quê? e existem outras formas de tratamento? 

Então, vamos lá!

Medicamento serve para quê?

Os medicamentos geram alívio dos sintomas, curam e previnem doenças e auxiliam nos mais diferentes diagnósticos[1]. É importante ressaltar que medicamentos são diferentes de remédios, já que, os medicamentos são (grosso modo) aqueles produtos que compramos em farmácias; já os remédios são as várias formas de se cuidar ou aliviar dores e desconfortos, como chás, banhos relaxantes, atividades físicas, e outros, esses remédios são comumente chamados de ‘terapias alternativas’. 

Para os adeptos da meditação, acredita-se que ela
auxilia no autoconhecimento e harmonização
(Fonte: imagens google)
Uma das propriedade do
Chá de Camomila é ser calmante
(Fonte: imagens google)




















A partir das terapias alternativas já conseguimos responder a segunda pergunta,

Existem outras formas de tratamento?

A cultura brasileira é receptiva ao tratamento por meio de  terapias alternativas, no SUS existe desde 2006 as práticas integrativas e complementares (Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006), que são formas de se curar e melhorar a saúde da população, como acupuntura, homeopatia, fitoterapia, antroposofia e o termalismo social-crenoterapia (aqueles banhos em águas curativas), e em janeiro de 2017 esse time foi engrossado por mais práticas como meditação, reiki, musicoterapia e outros.

Terapias Integrativas e Complementares oferecidas pelo hospital Sofia Feldman/BH (Fonte:http://www.sofiafeldman.org.br/atencao-a-mulher/nt-integrativas/)

Mas, se já existe no SUS uma diretriz sobre outras formas de tratamento além do medicamentoso, por que usa-se e prescreve-se tantas drogas de maneira crônica?

No contexto médico, o profissional segue protocolos (normas de prescrição), no entanto, se não houver uma escuta cuidadosa podem ocorrer excessos, assim, caso fique preso a processos institucionais ou profissionais, de modo rígido, acabará esquecendo-se do ser humano a sua frente, deixando de contribuir para uma melhora integral do paciente.


Saúde integral está relacionada a diferentes fatores (Fonte: imagens google)
Aos 18 anos eu me encontrava cheia de dúvidas sobre trabalho, vestibular, família; estava em meu primeiro emprego (que tornou-se incompatível com meu horário de estudo) e vivia angustiada. Então, comecei a ter sintomas de labirintite, chorava à toa e apresentei dificuldades para dormir.  Fiz exames e não havia problemas com meu labirinto, a constatação foi – “é emocional”.

Procurei um psiquiatra para me orientar, o profissional ouviu meu relato e em menos de 15 minutos eu estava fora de seu consultório com uma receita de fluoxetina nas mãos. Era uma jovem dizendo que algo em sua vida não ia bem; ele não sugeriu outro método terapêutico (ainda que em conjunto), apenas prescreveu. Saí de lá e chorei mais ainda, sentindo que ele não me ouviu. Aquilo não fazia sentido para mim, rasquei a receita, iniciei acompanhamento psicológico, arrumei outro trabalho, e as coisas fluíram!

Escutar é uma arte! (Fonte: imagens do google)

Esse é um exemplo clássico de um profissional que não estava disponível para seu paciente, ele estava a serviço da doença e não da cura, já que a cura ou a melhora do estado clínico está em compreender o mundo da pessoa que busca ajuda, sua história de vida, seus medos, seus anseios e uma escuta apurada faz toda diferença. Em contra ponto, há profissionais cuidadosos, que podem prescrever medicamentos que auxiliam no desempenho das funções neuroquímicas, como vamos ver a seguir. 

Uma cliente me procurou por apresentar uma depressão crônica (há uns 15 anos), ela fazia uso de medicamentos controlados, mas percebeu que somente isso não solucionava o problema. 
  
Em psicoterapia descobrimos que ela sempre aceitou as escolhas dos outros, e isso ditou boa parte de suas escolhas, ou seja, ela não vivia a própria vida. Não havia conexão com quem ela era e consequentemente com o que ela desejava fazer, isso chegou a tal ponto que gerou o adoecimento mental.

Para sua melhora, ela intensificou suas meditações, buscou pequenos momentos de prazer na vida (música, exercícios físicos) e a cada sessão, eis que ela surgia mais fortalecida, encarando suas dores de frente, inteira e entregue a quem ela realmente era. Como as águas de um rio, essa mulher fluía...

Naquele momento ela não usava o medicamento como uma muleta, ele era necessário para que ela pudesse reduzir tantas falas internas e conseguisse se encontrar. E isso só foi possível (dentre outros fatores) por ela estar disposta e inteira nesse processo.

A imagem descreve, "tudo me serve, nada se perde, eu o transformo".
São esses o passos de mudança, há aprendizado em tudo! (Fonte: imagens google)

Outro caso é de um familiar que passou por três episódios de depressão, sendo um candidato (provável) de medicação para o resto da vida. Foram anos de medicamentos (sem outros recursos terapêuticos envolvidos), até o momento em que a pessoa deu início a psicoterapia, passou a se relacionar mais com os amigos, revitalizou sua fé (isso era importante para ela) e produziu mudanças significativas em seu modo de encarar a vida.

Hoje não apresenta mais um quadro depressivo, e não utiliza mais medicamentos. Todo esse processo foi acompanhado de perto por seu psiquiatra (um profissional sensato e cuidadoso) que no momento certo decidiu pela retirada dos medicamentos. 

Quando há um profissional engajado e que acredita na melhora integral da pessoa, o tratamento tem  maior chance de êxito.

Exercícios grupais (Fonte: imagens do google)
Medicina oriental (Fonte: imagens do google)


Reiki aplicado por crianças (Fonte: http://portalfloresnoar.com/floresnoar/curso-de-reiki-para-criancas-dia-11-de-outubro-gerar/)

Desse modo, os medicamentos estão aí para serem utilizados, mas de forma sensata. Eles podem (e devem) fazer parte de uma rede de saúde integral, não vale o ‘medicamento, pelo medicamento’, ou então, ele vai tamponar algo que, quando menos se espera ressurge.

Assim, se você faz uso de medicamentos controlados (ainda que hipertensivos) busque recursos complementares, como atividades físicas, psicoterapia, florais, acupuntura, homeopatia, sair com os amigos, plantar uma árvore, faça sua escolha! 

É importante lembrarmos que o que faz diferença em qualquer tratamento, seja ele medicamentoso ou não, é a participação efetiva do paciente (ou cliente). O mundo só muda, quando você muda!

Detentos de Rondônia que participaram de um projeto com terapias alternativas.

Apesar de não ser o foco, fiz questão de colocar essa imagem para pensarmos: "Será que esses métodos não reduziriam chacinas e rebeliões em presídios?", vale a reflexão.
(Fonte: https://milenar.org/2014/12/04/terapias-alternativas-mudam-rotina-de-presos-em-rondonia/)




[1] Extraído de: O que devemos saber sobre medicamentos, ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 2010. 

sábado, 21 de janeiro de 2017

Viajando por Minas Gerais – aprecie a vida

Olá pessoal!!! Como vão?!

No post dessa semana vou falar sobre um lugar para se conhecer em Minas Gerais.

Ah! Não me esqueci da postagem sobre as hamburguerias gourmet ou artesanais, mas preciso de uns dias para passar pelas três que indicarei, creio que irão gostar, então, aguardem!!!

Vou começar contextualizando sobre meu perfil mochileiro, rsrs. Viagens são uma das minha paixões! Fiz um levantamento e percebi que conheço 7 estados do Brasil e pouco mais de 65 cidades. Parando para analisar, Minas Gerais tem 853 municípios, assim não é tão difícil conhecer esse número de cidades, não é mesmo? Mais ou menos, já que contabilizei apenas as cidades que eu realmente conheci, as que visite algum ponto turístico e posso responder a quatro perguntas básicas:
“O que marcou na viagem?”, “Moraria na cidade?”, “É um lugar para se envelhecer?” e “Voltaria à cidade?”.

Então, pensando nesses critérios selecionei uma cidade que tem vários mistérios, inclusive é considerada por algumas pessoas como um dos 7 pontos energéticos do mundo, trata-se de: São Thomé das Letras. Ela está localizada a pouco mais de 300km de Belo Horizonte, na Serra da Mantiqueira, próximo a Três Corações, a Carrancas, a Varginha.


Arquivo pessoal

Muitos já ouviram falar do município de São Thomé das Letras/MG, mas, estar em São Thomé é viver em um universo paralelo! Dentre suas histórias acredita-se que uma de suas cavernas dá acesso à cidade de Machu Picchu no Peru. Essa crença de ser ela ‘mágica e mística’ reúne na cidade um público bem específico (incluindo a mim que já estive lá!), vê-se jovens estudantes a passeio, pessoas maduras que decidiram “mudar de vida”, famílias com crianças e todos convivendo tranquilamente. Cada um no seu ritmo e escolhendo seus programas!



Machu Picchu/ Peru (Fonte: imagens google)

A cidade é lembrada por suas Pedras (o quartzito), pelos hippies, pelas cachoeiras e claro pelo cantor Ventania (que já deu entrevista até no Jô Soares), ele é a figura mais famosa da cidade, é um patrimônio de São Thomé!


Ventania no programa do Jô (Fonte: imagens do google)

Andar pelas ruas de São Tomé é se perder em uma mistura de cheiros, cores e gente diferente. Em suas lojas muito incenso, chapéu de bruxa, doces tipo compota e artesanatos, especialmente as réplicas das casas feitas de quartzito.

Quartzito (Fonte: imagens google)
A visita as cachoeira pode ser um desafio para quem vai a pé! Eu que o diga! Quando estive lá, peguei uma trilha que deveria ser de 3km e acabou virando 10km!!! O que salvou foi (o preparo físico, hehehe) e um casal que passou pela estrada e ofereceu carona até a cachoeira. Que lindos!

Sobre as cachoeiras, vale dizer que em dias muito quentes, elas costumam ficar cheias, por isso é bom ir cedo! A cidade tem no mínimo 6 opções e conheci três delas, a cachoeira Antares (pouco mais de 10km da cidade), a cachoeira da Lua e do Flávio. A cachoeira Vale das Borboletas fica bem na entrada da cidade, mas no dia que fui estava tarde e já tinha muita gente (desisti).

Cachoeira Antares (arquivo pessoal)
Eu na aventura da trilha de 10 km




















Ao entardecer ocorre um fenômeno! As pessoas sobem até o mirante (o ponto mais alto da cidade) para assistir ao pôr do sol, mas não é só isso! Tem uma espécie de reverência a esse entardecer e a plateia aplaude o sol que está se pondo. (Vejam o vídeo)


Esperando o momento do pôr do sol (arquivo pessoal)



No dia que fui ao mirante havia um casal paulista tocando blues e às 18 horas a Matriz da cidade começou a tocar a ‘Ave Maria’, além das pessoas aplaudindo o pôr do sol, tudo junto e misturado! - foi um fenômeno!!!


Mas, São Tomé não são só flores! A extração de pedras muda consideravelmente a paisagem da cidade, vê-se montanhas de restos de quartzito logo na entrada (uma pena). Além disso, a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida não me pareceu o forte de São Thomé, senti falta desse tipo de estrutura.

A noite, há bares e restaurantes abertos, tem para tudo que é gosto, rock, lugares para dançar forró, reggae! Em geral são lugares simples e com preços bem acessíveis! Caso visitem a cidade no inverno, levem agasalho, como a cidade está em uma altitude considerável (cerca de 1440 metros), ao entardecer costuma esfriar.

Olhando e conversando com as pessoas que vão morar em São Thomé das Letras, percebe-se que, em geral, elas buscam maior contato com a natureza e parecem ser da filosofia “menos é mais”.

Sob esse olhar, encerrarei esse post fazendo outra sugestão de filme (isso mesmo!), Capitão Fantástico é o nome. O enredo é o seguinte, um homem que cria seus filhos em pleno contato com a natureza, descobre que sua esposa faleceu e vai para a cidade. Seus valores (e de seus filhos) são colocados a prova, sua forma de vida e de educação são questionados. Fiquei pensado: -"mas existe modelo ou fórmula para se criar filhos?! O que é o certo ou errado em uma família?".

Há excessos no filme? (deixarei que tirem suas conclusões). Para mim ele é repleto de aprendizado, parece que cada cena é um modo diferente de ensinar a viver, a respeitar as especificidades dos filhos, a compreender quando recuar, mostra-nos que incentivo, afeto e firmeza andam lado a lado. Confesso que saí do cinema extasiada!!! Uma das cenas mais marcante é quando o pai "Ben" (Viggo Mortensen) e seus seis filhos interpretam a música Sweet Child O’Mine do Guns N’Roses, lindo de viver!

Vocês podem estar se perguntando, e o que isso tem a ver com São Thomé das Letras, um modo de vida alternativo e a natureza? Assistam ao filme e me dirão!


No mais, desejo sinceramente, como diz Ben, que possamos apreciar a vida, ela passa rápido demais!!!


Beijos no coração e até o próximo post!!!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A realidade nas relações humanas

Oi gente!!!

Meu primeiro post será sobre cinema, são duas sugestões de filmes que expressam as diferentes formas de se lidar com as relações humanas e afetivas.

O primeiro é uma mescla de romance e drama (bem suave), do ano de 2012, em português seu título é “Um divã para dois”. Descreve a história de um casal que comemora 31 anos de uma união cheia de rotina e pouco contato, na qual a esposa (Meryl Streep) decide buscar por ajuda terapêutica (Steve Carell), pois quer voltar a viver uma relação afetiva com o marido (Tommy Lee Jones). Apesar de discordar quanto a necessidade de ajuda profissional, o marido embarca com a esposa na viagem de uma semana ao encontro dessa terapia intensiva.


Imagem do filme

Tudo o que não foi dito ao longo de 3 décadas, os mitos e os tabus do casal são expostos durante o filme. O mais fantástico é que em consultório ouvimos esses descontentamentos rotineiramente, por tanto, o filme faz uma boa leitura de relacionamentos desgastados, mas, apresentando pessoas que querem encontrar novas formas de se relacionarem entre si e de recuperarem o desejo pelo (a) parceiro (a).
Vale a pena assistir. 


O segundo filme é o drama intitulado “Eu, Daniel Blake”, um longa metragem premiado com a Palma de ouro no festival de Cannes em 2016. O filme que está em cartaz atualmente conta a história de um homem que sofre um enfarto e tenta dar entrada no benefício social, mas após se ver cercado por burocracias e processos institucionais rígidos, tem seu benefício negado. Seus médicos lhe proíbem de voltar ao trabalho, e seu único recurso é solicitar o seguro desemprego, o que lhe obriga a provar ao Governo que está em busca constante por emprego e está se adequando as tecnologias e as exigências do mercado de trabalho.



Foto de divulgação

“Eu, Daniel Blake” é um filme que nos faz repensar os processos institucionais e o excesso de sistematização. Nos convida a perceber que diante de tantos protocolos, podemos nos enrijecer e ignorar as carências humanas que, na história do filme, revela  os momentos de necessidade financeira que podem induzir ao desespero e as escolhas 'socialmente inadequadas'. Diz do descaso e da falta de cuidado do poder público com os cidadãos. 

E para os que estão cogitando ser esse um filme brasileiro ou de um país emergente, o longa se passa na Europa, uma Europa que pouco se vê. É um filme sóbrio e com alguns momentos de humor sobre situações do cotidiano.  


Indico a todos, mas especialmente a profissionais que trabalham (ou assim como eu, já trabalharam) com atendimento ao público, seja no âmbito público ou privado, já que as instituições podem matar as relações humanas. 
Para quem ficou interessado, dê um olhada no trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ob_uqy1aouk e bom filme!




E atenção, logo logo, teremos post sobre lugares para comer hambúrguer artesanal em BH! Com informações sobre preço, localização e qualidade de atendimento.  

Nos vemos no próximo post!