Olá para tod@s!
Neste post vou falar sobre o uso indiscriminado de
medicamentos, além de alternativas e complementos a esse tipo de tratamento. Para ilustrar utilizarei três casos e abordarei duas perguntas centrais: medicamento serve para quê? e existem outras formas de tratamento?
Então, vamos lá!
Então, vamos lá!
Medicamento serve para quê?
Os medicamentos geram alívio dos sintomas, curam e previnem
doenças e auxiliam nos mais diferentes diagnósticos[1].
É importante ressaltar que medicamentos são diferentes de remédios, já que, os
medicamentos são (grosso modo) aqueles produtos que compramos em farmácias; já os
remédios são as várias formas de se cuidar ou aliviar dores e desconfortos, como chás, banhos relaxantes, atividades
físicas, e outros, esses remédios são comumente chamados de ‘terapias
alternativas’.
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Para os adeptos da meditação, acredita-se que ela auxilia no autoconhecimento e harmonização (Fonte: imagens google) |
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Uma das propriedade do Chá de Camomila é ser calmante (Fonte: imagens google) |
A partir das terapias alternativas já conseguimos responder a segunda pergunta,
Existem outras formas de tratamento?
A cultura brasileira é receptiva ao tratamento por meio de terapias alternativas, no SUS existe desde 2006 as práticas integrativas e complementares (Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006), que são formas
de se curar e melhorar a saúde da
população, como acupuntura, homeopatia, fitoterapia, antroposofia e o
termalismo social-crenoterapia (aqueles banhos em águas curativas), e em
janeiro de 2017 esse time foi engrossado por mais práticas como meditação,
reiki, musicoterapia e outros.
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Terapias Integrativas e Complementares oferecidas pelo hospital Sofia Feldman/BH (Fonte:http://www.sofiafeldman.org.br/atencao-a-mulher/nt-integrativas/) |
Mas, se já existe no SUS uma diretriz sobre outras formas de
tratamento além do medicamentoso, por que usa-se e prescreve-se tantas drogas de
maneira crônica?
No contexto médico, o profissional segue protocolos
(normas de prescrição), no entanto, se não houver uma escuta cuidadosa podem
ocorrer excessos, assim, caso fique preso a processos institucionais ou
profissionais, de modo rígido, acabará esquecendo-se do ser humano a sua frente, deixando de contribuir para uma melhora integral do paciente.
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Saúde integral está relacionada a diferentes fatores (Fonte: imagens google) |
Aos 18 anos eu me encontrava cheia
de dúvidas sobre trabalho, vestibular, família; estava em meu primeiro emprego (que
tornou-se incompatível com meu horário de estudo) e vivia angustiada. Então, comecei a ter sintomas de labirintite,
chorava à toa e apresentei dificuldades para dormir. Fiz exames e não havia problemas com meu
labirinto, a constatação foi – “é emocional”.
Procurei um psiquiatra para me orientar, o profissional ouviu
meu relato e em menos de 15 minutos eu estava fora de seu consultório com uma
receita de fluoxetina nas mãos. Era uma jovem dizendo que algo em sua vida não ia bem; ele não sugeriu outro
método terapêutico (ainda que em conjunto), apenas prescreveu. Saí de lá e
chorei mais ainda, sentindo que ele não me ouviu. Aquilo não fazia sentido para mim, rasquei a
receita, iniciei acompanhamento psicológico, arrumei outro trabalho, e as
coisas fluíram!
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Escutar é uma arte! (Fonte: imagens do google) |
Esse é um exemplo clássico de um profissional que não estava
disponível para seu paciente, ele estava a serviço da doença e não da cura, já
que a cura ou a melhora do estado clínico está em compreender o mundo da pessoa que busca ajuda, sua história
de vida, seus medos, seus anseios e
uma escuta apurada faz toda diferença. Em contra ponto, há profissionais cuidadosos, que podem prescrever medicamentos que auxiliam no desempenho das funções neuroquímicas, como vamos ver a seguir.
Uma cliente me procurou por apresentar uma depressão crônica (há uns 15 anos), ela fazia uso de
medicamentos controlados, mas percebeu que somente isso não solucionava o problema.
Em psicoterapia descobrimos que ela sempre aceitou as escolhas dos outros, e isso ditou boa parte de suas escolhas, ou seja, ela não vivia a própria vida. Não havia conexão com quem ela era e consequentemente com o que ela desejava fazer, isso chegou a tal ponto que gerou o adoecimento mental.
Para sua melhora, ela intensificou suas meditações, buscou pequenos momentos de
prazer na vida (música, exercícios físicos) e a cada sessão, eis que ela surgia
mais fortalecida, encarando suas dores de frente, inteira e entregue a quem ela
realmente era. Como as águas de um rio, essa mulher fluía...
Naquele momento ela não usava o medicamento como uma muleta,
ele era necessário para que ela pudesse reduzir tantas falas internas e
conseguisse se encontrar. E isso só foi possível (dentre outros fatores) por ela
estar disposta e inteira nesse processo.
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A imagem descreve, "tudo me serve, nada se perde, eu o transformo". São esses o passos de mudança, há aprendizado em tudo! (Fonte: imagens google) |
Outro caso é de um familiar que passou por
três episódios de depressão, sendo um candidato (provável) de medicação para o
resto da vida. Foram anos de medicamentos (sem outros recursos terapêuticos
envolvidos), até o momento em que a pessoa deu início a psicoterapia, passou a
se relacionar mais com os amigos, revitalizou sua fé (isso era importante para
ela) e produziu mudanças significativas em seu modo de encarar a vida.
Hoje não apresenta mais um quadro depressivo, e não utiliza
mais medicamentos. Todo esse processo foi acompanhado de perto por seu
psiquiatra (um profissional sensato e cuidadoso) que no momento certo decidiu
pela retirada dos medicamentos.
Quando há um profissional engajado e que acredita na melhora
integral da pessoa, o tratamento tem maior chance de êxito.
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Exercícios grupais (Fonte: imagens do google) |
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Medicina oriental (Fonte: imagens do google) |
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Reiki aplicado por crianças (Fonte: http://portalfloresnoar.com/floresnoar/curso-de-reiki-para-criancas-dia-11-de-outubro-gerar/) |
Desse modo, os medicamentos estão aí para serem utilizados, mas de forma sensata. Eles podem (e devem) fazer parte de uma rede de saúde integral, não vale o ‘medicamento, pelo medicamento’, ou então, ele vai tamponar algo que, quando menos se espera ressurge.
Assim, se você faz uso de medicamentos controlados (ainda que hipertensivos) busque recursos complementares, como atividades físicas, psicoterapia, florais, acupuntura, homeopatia, sair com os amigos, plantar uma árvore, faça sua escolha!
É importante lembrarmos que o que faz diferença em qualquer
tratamento, seja ele medicamentoso ou não, é a participação efetiva do paciente
(ou cliente). O mundo só muda, quando você muda!
[1]
Extraído de: O que devemos saber sobre medicamentos, ANVISA (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária), 2010.